segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Florestas valem 100 mil milhões de euros para comunidades pobres

As florestas mundiais geram anualmente meios de subsistência para populações de baixos rendimentos avaliados em 130 mil milhões de dólares (cerca de 100 mil milhões de euros), segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
O total, adianta a organização não-governamental num estudo apresentado em Nova Iorque, no dia 1 de Fevereiro de 2011, inclui bens alimentares, medicamentos, combustível, rendimentos e emprego e equivale às reservas de ouro de França e Suíça juntas, ou até mesmo ao montante total do “Subprime” espanhol (os chamados empréstimos hipotecários de altíssimo risco, que levaram o sistema financeiro a uma crise gravíssima).

A gestão florestal localmente controlada é um investimento público e uma opção de ajuda ao desenvolvimento altamente rentável.

Estamos a falar de uma forma absolutamente revolucionária de mudar a economia mundial, e mudá-la para melhor.

O estudo da UICN defende que os benefícios das florestas são “massivamente subvalorizados” por governos e doadores. Uma melhor avaliação desses benefícios e investimento em projectos florestais sustentáveis envolvendo as comunidades permitiria melhorar as condições de vidas das populações, abrir novos mercados e estimular o crescimento económico.

No momento de decidir onde aplicar os seus orçamentos, os Governos normalmente não contam com os retornos económicos do investimento na exploração florestal localmente controlada. Por isso perdem uma oportunidade crítica no estímulo do crescimento económico, desenvolvimento sustentável e redução da pobreza.

Actualmente, a produção florestal localmente controlada envolve uma área de 400 milhões de hectares, sensivelmente o tamanho da União Europeia, e uma população equivalente à da China, de 1,5 mil milhões de pessoas.

Contudo, apenas 47 por cento dos direitos legais sobre as florestas estão formalmente sob gestão destas comunidades.

Sector a crescer em Portugal

Em Portugal, o peso da floresta na economia “tem crescido significativamente” e já é o terceiro setor exportador, segundo o secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Rui Barreiro.

Pasta de papel e eucalipto, cortiça e pinho são as fileiras florestais que têm registado maior crescimento nos últimos tempos.

Não é só na atividade económica que a floresta tem importância. As florestas são essenciais para o desenvolvimento rural e combate à desertificação, para o ciclo hidrológico, devido à capacidade de retenção e de depuração, e para o sequestro de carbono.

Todos nós, enquanto contribuintes e cidadãos, estamos a afetar meios financeiros para a floresta, é legítimo que a consideremos nossa, mas também usufruímos dos bens públicos que a floresta produz, não só em termos de paisagem e de biodiversidade.

Segundo o 5.º Inventário Florestal Nacional, publicado em Setembro passado, a floresta ocupava 3.458.557 hectares e os matos 1.926.630 hectares, o que corresponde a 39% e 22% do solo nacional, respetivamente.

O pinheiro bravo é a espécie mais frequente, com 27%, seguida do sobreiro e do eucalipto, ambos com 23% da área florestal.

O sector gera 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e assegura a manutenção de 260 mil postos de trabalho.

Em suma, vale a pena apostar neste setor. E, em ano Internacional das Florestas, vale a pena levar a cabo várias ações de florestação de reflorestação que visem reforçar este setor e dar ímpeto ao contributo ambiental do mesmo.

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