sábado, 15 de outubro de 2011

A crise e os 16 mil Milhões do Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico


O Governo do PS, em 2007, apresentou um plano que preconizava a construção de 10 novas barragens com uma potência instalada de 1100MW e uma produção média de 1,6TWh/ ano, com o objectivo de atingir em 2020 uma capacidade de produção hidroeléctrica na ordem de 7000MW, com um objectivo de reduzir a nossa dependência energética, aumentar a quantidade de energia de fontes renováveis, e com isso combater as alterações climáticas.
Das dez barragens, seis estão indicadas para a bacia do Douro. Dessas seis, cinco estão previstas para a sub-bacia do Tâmega (a outra é a famosa barragem de Foz-Tua, que irá submergir a linha do Tua). Quatro das cinco barragens da sub-bacia do Tâmega serão construídas no interior de um círculo com um raio de uma dezena de quilómetros (Vidago e Daivões, no Tâmega; Gouvães, no afluente Louredo; Padroselos, no afluente Beça). A quinta barragem, Fridão, situa-se a 12 km a montante de Amarante. A bacia do Douro, a grande sacrificada, é uma bacia com o rio principal artificializado e com quase todos os restantes altamente intervencionados.
Ao todo estamos a falar de um pacote financeiro de 16 mil Milhões de euros, dinheiro extremamente necessário em tempos de crise, que será inconsequente, uma vez que segundo as projecções actuais para o output de energia por barragem, daquelas que já estão em curso, tais como as que serão construídas, será muito menor que o previsto. Por outras palavras, vamos investir, ou gastar, 16 mil Milhões de euros e não vamos criar um grande impacto na nossa produção energética, uma vez que o valor de produção expectável, que em termos reais será menor, e dependerá muito dos caudais, será menor que o previsto, sendo algo na casa dos 0,2% do nosso consumo anual de energia eléctrica, ou até abaixo. 16 Mil Milhões de euros em barragens apenas para produzir 0,2% da energia consumida no país anualmente não são um investimento, mas sim um desperdício de dinheiro, que poderia ser aplicado em outros projectos de produção energética tais como a valorização energética de resíduos, energia eólica ou redes de nova geração, ou até mesmo no sector produtivo, com o objectivo de estimular a economia.
É por conta destes erros que no prazo de 5 anos seremos o país com a electricidade mais cara do Mundo. Sim, porque estes investimentos têm que ser pagos, e esse montante será imputado à factura de electricidade já pesada das famílias e empresas portuguesas.
Sendo assim, e na minha opinião, o Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) tem grandes falhas que passo a citar:
1. O PNBEPH adopta uma abordagem oposta a uma política energética moderna e eficaz, desprezando o elevado potencial de uso eficiente da energia, em favor de soluções de electroprodução de baixa rentabilidade económica e elevado impacte ambiental; 
2. O PNBEPH adopta uma abordagem oposta ao planeamento dos recursos hídricos por bacia, desprezando impactes cumulativos importantes, designadamente em matéria de riscos para as populações, biodiversidade e caudais sólidos; 
3. O PNBEPH contribui muito pouco para o seu suposto principal objectivo, o combate às alterações climáticas, impedindo na realidade soluções alternativas mais eficazes; 
4. Ao contrário do que é afirmado no PNBEPH, tudo indica que os impactes sócio-económicos locais serão mais negativos do que positivos; 
5. A viabilidade da maioria das barragens preconizadas no PNBEPH é mais que duvidosa, permitindo antever mais um conjunto de sumidouros de dinheiros públicos; 
6. O PNBEPH não cumpre nem a lei nem a boa prática em matéria de avaliação ambiental estratégica. 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Dicas para poupar energia - luz e gás - minimizando o impacto da subida do IVA

Desde sábado que a grande maioria dos portugueses estão a pagar 23% de IVA no gás e electricidade – contra os 6% de até agora.
Ficam aqui algumas dicas para poupar energia:
1. Troque as lâmpadas incandescentes. Substitua as lâmpadas incandescentes pelas de halogéneo. Com uma utilização média de cinco horas diárias, recupera o investimento em menos de seis meses.
2. Desligue o standby. Palavras para quê? É um dos conselhos mais dados, nos últimos anos, no que toca à poupança energética: desligue completamente as televisões, computadores, DVD, carregadores de telemóveis, gadgets ou qualquer outro aparelho: o standby – a luzinha vermelha – é responsável por 5% da electricidade consumida numa habitação.
3. Divida o consumo pelo tempo. Com a tarifa bi-horária paga quase metade do preço normal se utilizar os electrodomésticos nas horas do vazio – normalmente das 22h às 8h. Segundo a Quercus, esta tarifa pode levar à poupança de 67 euros por ano, para uma família com um perfil energético normal.
4. Electrodomésticos classe A. Esta dica não é de curto prazo, mas fica o conselho: opte por electrodomésticos de classe energética A, A+ ou A++. As poupanças são imediatas.
5. Economize o seu frigorífico. Coloque o frigorífico num local fresco e ventilado, afastado de fontes de calor, e descongele antes de a camada de gelo atingir os 3 milímetros de espessura. Com este simples gesto pode poupar até 30% no consumo.
6. Loiça suja até encher a máquina. Este conselho também é dos mais básicos: procure utilizar a sua máquina de lavar loiça completamente cheia. Se estiver a meio, utilize programas curtos ou económicos.
7. Sonda de água para lavar roupa. As máquinas de lavar utilizam 80 a 85% da sua energia para aquecer a água. Há máquinas biotérmicas, com duas entradas independentes – uma para água fria outra quente – que utilizam o sistema de produção de águas quentes de casa, permitindo poupar 25%.
8. Centrifugar antes de secar. Apesar de Portugal ser um País de sol, há muitas habitações com máquinas de secar – que dão jeito para Invernos chuvosos. Na verdade, estas máquinas são dos maiores consumidores de energia, pelo deve restringir a sua utilização. Caso não seja possível, deve centrifugar a roupa antes de utilizar esta máquina, para poupar energia.
9. Porta do forno bem fechada. Cada vez que abrimos a porta do forno, desperdiçamos 20% de energia. Por outro lado, também nestes casos deve procurar modelos de classe A.
10. Placas de indução mais rápidas. As placas de indução aquecem os alimentos ao gerarem campos magnéticos – e são mais rápidas e eficientes que as eléctricas.
11. Microondas poupa energia. Ao utilizar um microondas em vez de um forno tradicional reduz o consumo de energia entre 60 a 70%.
12. Produzir calor consome mais. Os pequenos electrodomésticos que realizam acções mecânicas – como bater ou cortar – têm, regra geral, potências baixas. Mas o ferro de engomar, torradeiras e secadores, que produzem calor, têm potencias maiores e consomem mais energia.
13. Ecrãs planos mais eficientes. O ecrã do computador é o elemento informático que consome mais energia. Os planos TFT consomem menos do que os convencionais e os equipamentos informáticos com a etiqueta Energy Star passam a modo de baixo consumo, após algum tempo de inutilização. Ah, e a protecção que poupa mais energia é a totalmente negra. Finalmente, os ecrãs de LCD poupam cerca de 37% de energia em funcionamento e cerca de 40% em modo de espera.
14. Aceda ao www.topten.pt. Este site orienta o consumidor na escolha de electrodomésticos, lâmpadas e até automóveis. O critério e elo comum é a eficiência energética.
15. Utilize menos água no banho. Pois, esta dica também é antiga. Se deixar correr a água menos dez minutos, pode reduzir em 6% a factura do gás natural, o que equivale a 17 euros por ano.
16. Vidros duplos e caixilharia em PVC. Se puder, substitua as janelas e caixilharias por vidros duplos e caixilharias em PVC, que permite menos transferência de calor entre a sua casa e o exterior, no Inverno.
17. Utilize o Sol como mais lhe convier. As casas com grande exposição solar podem poupar muita energia com persianas, redução de aquecimento, pintar as paredes de cores claras ou diminuição de luzes acesas em casa.
18. Temperatura amena todo o ano. Ora aqui está um excelente conselho: defina o set-point do seu sistema de arrefecimento / aquecimento para 21 ou 22ºC, no Verão, e 19ºC, no Inverno. Estas são as temperaturas em que a maior parte da população se sente confortável. Mais 1ºC implica mais 10% de consumo de energia. Um aumento colossal.
19. Escolha o sistema mais eficiente. Se puder, instale painéis solares térmicos, que lhe fornecem água quente sanitária. Assim, poupará mais de 35% na sua factura do gás e electricidade.
20. Seja ecológico: recicle o lixo. A última dica não fará com que poupe dinheiro, pelo menos a curto prazo e directamente, mas irá ter uma relevância brutal para o seu futuro: escolha produtos que não criem resíduos ou que sejam recicláveis. Opte por embalagens familiares, recicle o lixo doméstico e o óleo.