sábado, 3 de novembro de 2012

Ganhar dinheiro poupando o Ambiente: a importância do envolvimento de todos

Segundo dados recentemente divulgados por algumas organizações ambientalistas, 16% de toda a energia consumida provém de dentro das habitações. É um número elevado.
No que concerne às questões energéticas é certo sabido que Portugal não é autossuficiente, sendo 76,7% dependente do exterior, daí estar sujeito a toda e qualquer flutuação do mercado de preços, questões geopolíticas e conflitos em países produtores de gás e petróleo, assim como a quebras nos fornecimentos, que podem pôr em causa a produção das empresas, a prestação de serviços públicos, enfim toda a Economia e seus movimentos, tal como conhecemos.
É certo que a incorporação de energias renováveis (hídrica, fotovoltaica, biomassa e eólica) representam uma fatia importante no nosso mix energético, no entanto a fatia de leão das nossas matérias-primas energéticas é constituída pelo petróleo, gás e carvão.
O petróleo mantém um papel essencial na estrutura de abastecimento, representando 49,1% do consumo total de energia primária, O gás natural contribuiu, no último decénio, para diversificar a estrutura da oferta de energia e reduzir a dependência exterior em relação ao petróleo. Manifestou uma evolução positiva no mix energético, representando este combustível 19,7%. O consumo de carvão representa 7,2% do total do consumo de energia primária. Prevê-se uma redução progressiva do peso do carvão na produção de eletricidade, devido ao seu impacto nas emissões de CO2. O contributo das energias renováveis no consumo total de energia primária é de 22,8% contra 20% em 2009.
Os resíduos industriais e o saldo importador de eletricidade tiveram, respetivamente, uma contribuição de 0,2% e 1,0% no consumo total de energia primária.
Tendo tudo isto em mente, e tendo em conta que em 2013 a fatura de eletricidade volta a subir – 2,8%, em princípio – pelo que a eficiência e poupança energética representará um fator cada vez mais importante para a sustentabilidade económica das famílias, uma vez dado o peso representativo dos consumos domésticos de cerca de 16% nos consumos totais, e aí sim podemos fazer a nossa parte e impactar na redução da dependência externa através da redução dos nossos consumos, sendo mais eficientes.
Para isso deixo aqui algumas simples dicas/medidas que podem ajudar a consumar este impacto e esta redução de consumos, que causa impacto no bolso e no Ambiente, assim como na balança comercial do país, tornando Portugal menos dependente. Ei-las:
1.Desligue as luzes sempre que uma divisão está vazia, nem que seja por 1 minuto.
2.Substitua lâmpadas incandescentes pelas economizadoras, não espere pela altura em que as primeiras cheguem ao fim de vida. Há lâmpadas que poupam mais de 80% em energia. A Deco diz que este gesto permitirá reduzir em 25% o consumo energético anual.
3.Desligue – mesmo – os aparelhos eletrónicos, uma vez que estes continuam a consumir eletricidade no modo stand-by.
4.Retire o carregador do telemóvel da tomada quando o seu aparelho estiver carregado. Ele continua a consumir energia.
5.Cozinhe com tachos tapados para evitar perdas desnecessárias de calor.
6.Descongele os alimentos com antecedência, evitando assim utilizar o micro-ondas.
7.Prefira programas económicos das máquinas de lavar loiça e roupa, que gastam menos água e energia, especialmente se os utilizar com a carga máxima.
8.Evite a pré-lavagem e opte pelos programas de baixas temperaturas.
9.Aproveite o Sol e abdique das máquinas de secar roupa.
10.Reduza o tempo de abertura do frigorífico, que é responsável por 20% do consumo total deste equipamento. Assim, irá também levar à diminuição da acumulação de gelo, aumentando a capacidade de refrigeração e congelação.
11.Opte pela tarifa bi-horária, um período em que a eletricidade é mais barata, é sobretudo à noite.
12.Na hora do banho pense nos litros de água desnecessários que irá gastar. Prefira um duche rápido a um banho de imersão.
13.Feche a torneira quando se ensaboa ou lava os dentes.
14.Opte por autoclismos com dois volumes de descarga, um de três e outro de seis litros. Se não quiser comprar um autoclismo novo, coloque uma garrafa cheia de água no respetivo depósito, diminuindo assim o volume total de cada descarga.

Desta forma pouparemos dinheiro, energia, os recursos hídricos, os equipamentos e acima de tudo estamos a dar o nosso contributo para um país ambientalmente mais viável.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O consumismo é a arma de destruição massiva do planeta Terra!

Terminada a Conferência Mundial sobre sustentabilidade das Nações Unidas, no Rio de Janeiro, denominada Rio+20, que decorreu entre 22 e 24 de Junho, há algumas considerações e conclusões a reter e nas quais todos devem refletir: o planeta Terra está a ver os seus recursos esgotarem-se cada vez mais, nos últimos 10 anos demos cabo de cerca de 1/3 dos recursos do nosso planeta, reduzimos em 40%  a disponibilidade de água potável e condicionamos a capacidade de renovação do ciclo da água no planeta, o nosso consumo desenfreado e forma como nós estamos a ser influenciados pela publicidade agoniante que nos entra todos os dias pelos olhos dentro, a forma como as alterações climáticas estão a influenciar em larga escala algumas das catástrofes e acontecimentos ambientais, e muito mais.
Mas o que quero hoje abordar, e de forma muito sucinta, é a forma como nos tornamos consumistas, e como tal contribui para degradar o nosso planeta, assim como condicionar a nossa felicidade.
Visualizem, por momentos, a vida de uma pessoa que quer cada vez mais e mais, mais carros, mais casas, mais gadgets, mais eletrodomésticos, mais bens desnecessários. Essa pessoa terá tendência a querer trabalhar cada vez mais e mais para obter mais bens, mas quanto mais bens obtém, mais bens quer, sendo que quando chega a casa do trabalho já não tem paciência para se envolver em atividades da sua comunidade, não tem tempo para visitar os familiares e amigos, não tem tempo para praticar desporto, etc... só tem tempo para se sentar perto da televisão, que por sua vez está repleta de anúncios que nos fazem crer que somos umas "nódoas" por não termos determinado produto, e aí nós, cansados e desgastados de trabalhar, sem vida social e comunitária, vamos querer ter este ou aquele produto para nos sobressairmos, o que leva para o ciclo de trabalhara cada vez mais e usufruir e viver cada vez menos.
Agora imaginem, por momentos, não mais que 5 minutos, o impacto que tudo isto tem no Ambiente, com as indústrias a produzirem cada vez mais bens desnecessários, a poluírem cada vez, uma vez que os processos produtivos sobreaquecidos não garantem a devida gestão do desperdício, e a extraírem cada vez mais matéria da Natureza, sim, da Natureza, porque as "coisas" são feitas de algo, e como o nosso planeta nos suporta, também é de "cá" que extraímos o que necessitamos. Tudo isto aumento ainda mais o peso do corporativismo e a sua influência sobre os governos, que perto destas mega empresas de produção em massa parecem muito pequenos e subservientes. Agora imaginem que para muitas vezes comprarmos produtos baratos, que para quem consome muito é bom, é necessário utilizar petróleo do Iraque, onde não se respeitam os direitos humanos e dos solos, efetuar a produção de componentes na China ou na África do Sul, onde se pagam salários humanamente ridículos e onde se abusa da mão-de-obra infantil, efetuar os processos de montagem no México ou no Congo, onde colocam crianças de 10 anos a trabalhar e degradam em larga escala os recursos naturais como água, solos, ar, etc. Tudo isto só para termos um produto barato, externalizando os custos de processo e os custos ambientais, dando cabo de zonas importantes no Mundo e de gente acima de tudo.
Vejam este vídeo e perceberão: http://www.youtube.com/watch?v=gLBE5QAYXp8

Enfim, em vez de nos preocuparmos com melhores índice de educação, em cuidarmos melhor das nossas crianças e idosos, em investirmos em mais atividades que promovam uma vida saudável, em serviços que visem promover uma gestão adequada dos ecossistemas e dos recursos naturais, investirmos mais na cultura, no desporto, e não só no futebol, e digo isto mesmo sendo um ferrenho aficionado, investirmos na produção de energia limpa, e acima de tudo investirmos no consumo racional, consumindo apenas o essencial e necessário. Mas melhor que tudo investir em felicidade, passando tempo com amigos, trabalhando para a comunidade e fazendo mais e melhor pelo país e mundo. A isto de dá o nome de FIB (Felicidade Interna Bruta) e não PIB (Produto Interno Bruto).

Façamos algo antes que seja tarde. É por isso que a letra desta música dos Linkin Park: "What I've done!" - http://www.youtube.com/watch?v=8sgycukafqQ - diz muito.

Como disse John F. Kennedy, acerca do PIB: "O Produto Nacional Bruto contabiliza a poluição atmosférica e a publicidade de cigarros. E as ambulâncias para remover os feridos em auto estradas. Considera as fechaduras especiais para as nossas portas e as prisões para as pessoas que as arrombam … Conta a destruição das florestas e a perda, que se espalha caoticamente, de nossas belezas naturais. Ao mesmo tempo, o PNB não leva em conta a saúde de nossas crianças, a qualidade de sua educação e a alegria de suas brincadeiras. Não inclui a beleza de nossa poesia ou a solidez de nossos casamentos, a inteligência de nossos debates públicos ou a integridade de nossos homens públicos … Mede tudo, em resumo, menos aquilo que faz com que a vida valha a pena."


sábado, 5 de maio de 2012

A problemática do desmazelo na gestão de resíduos em pelo séc. XXI

A gestão de resíduos assume-se cada vez mais como um dos pilares das políticas ambientais, e como foco da sua conceção.
É cada vez mais notória a preocupação da população em fazer mais e melhor neste campo, em contribuir para a sustentabilidade da sua terra, da sua região e do seu país. Não obstante, ainda existem casos de desmazelo, casos graves que revelam falta de cuidado e consciência, reveladores de um desrespeito tal pela Natureza e pela população, que nem o argumento economicista justifica tais atos.
A nível nacional têm-se verificado cada vez mais casos de deposições irregulares e preocupantes de resíduos, a céu aberto, sem qualquer pudor e preocupação com os solos, com as águas subterrâneas e com a saúde das populações.
Concretamente falando, no distrito de Aveiro, tem-se assistido, ultimamente, a um sem número de situações graves e que decorrem com a conivência e consentimento das instituições responsáveis pela defesa e gestão dos bens públicos.
A saber-se, mais recentemente, em duas freguesias do concelho de Vagos, mais propriamente em Santo António e em Soza, foram desvendadas lixeiras e aterros a céu aberto, que continham e contêm um pouco de tudo, desde eletrodomésticos, roupas, lixos domésticos entulho, pneus usados e velhos, plásticos, ou restos verdes depositados, tendo mesmo havido à conta disso um foco de incêndio. Mas e o que não está à vista, por estar soterrado pelas Juntas?
Mais grave ainda é a possibilidade de numa destas lixeiras, que a Junta de Freguesia gere como um aterro sanitário, ter havido um apoio financeiro do próprio município. Como todos os custos inerentes a uma correta gestão e eliminação de resíduos perigosos, não será difícil de pensar que no meio de tudo o que ali é depositado existam também substâncias contaminantes, muito perigosas para o ambiente, mas também para a saúde das populações, pois as lixeiras estão perto de habitações e podem contaminar as águas subterrâneas. Há quem morra por esse Mundo fora devido ao consumo de água contaminada por poluentes.
Pude acompanhar este caso, que me foi reportado pela Quercus e por elementos do Limpar Portugal, tendo envolvido elementos da CCDR, para que possam aferir as melhores soluções para os casos em questão.
Infelizmente é o que temos, e tenho já um longo histórico de resolução, ou tentativa de resolver, casos deste género. Até na minha terra, Arouca, já se resolveram alguns deste género, com a colaboração do SEPNA - Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente da GNR, assim como com entidades competentes.
No caso de Vagos, o mais estranho é existir um Vereador que sabia de tudo isto e sempre se calou, não alertou qualquer entidade competente e não desencadeou nenhuma diligência. Talvez por inércia ou por economicismo?
Não me compete a mim censurar! A mim compete-me, enquanto cidadão, neste caso cidadão ativo em questões ambientais, procurar contribuir com soluções, mas chamando sempre a atenção de quem se desleixa e prevarica.
Gerir resíduos não é uma brincadeira, por as consequências de uma má gestão afetam-nos a todos.

sábado, 10 de março de 2012

A aposta na Educação para a preservação do Ambiente com fomento à inovação e ao desenvolvimento sustentável

É por todos sabido que a Educação é o pilar fundamental para uma sociedade competitiva, evoluída, consciente e produtiva. É inegável e exemplar a  aposta que os países nórdicos, como a Finlândia, a Noruega e Suécia, fizeram na Educação de há 20 anos para cá. Essa aposta teve como pilares fundamentais: Competitividade, Empreendedorismo, Sustentabilidade e Fomento à criação das bases para uma economia competitiva, diversificada e geradora de opções.
O que é que tudo isto tem que ver com o desenvolvimento sustentável e a criação de emprego? Muito mesmo, uma vez que o desenvolvimento sustentável é aquele que garante a extensão das possibilidades de prosperidade ao maior número de cidadãos possível, tendo sempre em conta a preservação dos recursos naturais, garantindo que apenas se utiliza a Natureza no sentido da obtenção de rendimento, e não para a sua exploração insustentável, consumindo o seu capital.
E foi neste campo que os países que citei apostaram, criando as bases mentais, ideológicas e económicas para uma economia robusta, competitiva, sustentável, racional na utilização de recursos e com um forte pendor de inovação e comprometimento com os objectivos regionais e globais de sustentabilidade.
Comparações à parte, o que é importante aqui realçar é que, as economias evoluídas, que apostam na melhoria dos indicadores de preservação ambiental, utilização eficiente dos recursos, sustentabilidade da sua economia e envolvimento das comunidades empresarial, científica e social, são economias com melhores índices de desenvolvimento, com um maior pendor competitivo e com maior aptidão para inovar. Sim, inovar, porque através de uma melhor utilização de recursos, através da implementação de medidas de carácter ambiental e através do estabelecimento de estruturas de custos e de desenvolvimento centradas na racionalidade e sustentabilidade, é possível fazer diferente e melhor com os mesmos recursos. É possível construir automóveis mais leves, logo com menos consumo de energia e menos poluentes, é possível tornar o sector da aviação, responsável por 4,6% das emissões de CO2, mais amigo do ambiente e ao mesmo tempo mais eficiente, no que concerne à utilização de combustível, rubrica que equivale a cerca de 3/5 dos custos, é possível aumentar a produtividade agrícola, respeitando os solos, regulando o consumo de água, contendo os impactos da desflorestação e reduzindo o rácio de emissões por hectare produzido, é possível tornar as empresas mais rentáveis, através de consumos de energia mais eficientes, através da redução do desperdício, através do aumento das taxas de reciclabilidade, através do desenvolvimento de produtos mais eficientes a montante e a jusante da sua cadeia de valor...
Tudo isto é possível numa sociedade consciente, capaz e focada na sustentabilidade do planeta e na gestão eficiente de recursos e rentabilidade sustentável de negócios. Como tal, tudo isto só é possível se o pilar base da sociedade, a Educação, revestir e dotar os cidadãos das valências correctas e dos conhecimentos para fazer melhor com os mesmos recursos, e acima de tudo, incutindo-lhes a mentalidade de, em cada acto ou rotina, terem a sustentabilidade ambiental, a preservação do ambiente e a preocupação com as gerações vindouras em mente.
É por tudo isto que o sistema de Educação necessita de um novo paradigma, que aposte na educação para a preservação ambiental e fomento à inovação e desenvolvimento sustentável!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Protecção do ambiente representa APENAS 1,38 por cento dos impostos

Dos impostos pagos em 2010, 1,38 por cento foi aplicado em áreas de protecção ambiental. Os dados constam do novo site do Governo, através de uma ferramenta que permite fazer uma simulação, «para fins pedagógicos» da distribuição dos impostos de 2010, por contribuinte, relativos aos rendimentos anuais brutos de 2009.
Para uma família média, com um filho e rendimento bruto de 40 mil euros, o total de impostos pagos é de 5341,03 euros. Desses, 73,92 euros são canalizados para protecção ambiental. A maior fatia de impostos vai, no entanto, para a protecção social, com 34,97 por cento.

Dentro da protecção ambiental, a maior despesa está relacionada com gestão de resíduos. Esta área representa 32,16 por cento (no caso da presente simulação, equivale a um total de 23,77 euros), seguida de perto por serviços não discriminados de protecção do ambiente (30,79 por cento), protecção da biodiversidade e da paisagem (19,45 por cento), gestão de águas residuais (17,18 por cento) redução da poluição (0,39 por cento).
A investigação em protecção do ambiente tem uma fatia residual do montante pago em impostos. No total dos 73,92 euros canalizados para protecção ambiental, apenas 0,02 euros são aplicados nesta área.
De facto ainda é muito pouco o montante do investimento no sector ambiental, para que Portugal possa estar na vanguarda, em termos internacionais, no que à protecção do ambiente concerne, assim no que toca à aposta na economia do ambiente e nos empregos verdes.