Os municípios
vão produzir consideravelmente mais lixo até 2025, com o maior aumento a
acontecer nos municípios dos países em desenvolvimento. Prevê-se, segundo dados
do Banco Mundial, que nos próximos 13 anos, o montante de resíduos municipais aumentará
cerca de 1,3 biliões de Toneladas por ano, para um valor de 2,2 biliões de
Toneladas por ano. O custo anual estimado com a gestão de resíduos sólidos
urbanos é de cerca de 205 biliões de dólares, perspectivando se um aumento para
os 375 biliões de dólares, principalmente nos países mais pobres.
No entanto, e efectuando uma análise rápida ao panorama nacional, verifica-se ainda alguma
ineficácia ao nível da gestão dos resíduos sólidos urbanos, com grande parte
dos municípios a ainda não valorizarem devidamente a importância estratégica
deste tipo de serviço, descurando por vezes as consequências sociais e
económicas, para não falar nas consequências ambientais, deste tipo de atitude.
Urge tomar medidas para levar a cabo uma melhor gestão dos resíduos, reforçando
a rede de pontos de recolha, e sensibilizando a população para a importância de
consumir mais adequadamente, como forma de reduzir os resíduos e desperdício
produzidos, para que invertamos a tendência, assim como sensibilizando as
empresas para que levem a cabo acções que lhes possibilitem produzir produtos
com embalagens mais ecológicas, mais ergonómicas e mais eficientes em termos de
consumo de materiais.
Não obstante,
os municípios têm um papel fundamental neste capítulo, uma vez que é no seu
orçamento que os custos com a gestão de resíduos mais pesam, o que por si só
pode levar a situações de redução de serviços e desinvestimento na rede de
pontos de recolha, como forma de redução de custos. E custa-me saber que muitas
Câmaras têm cortado na gestão de resíduos como forma de poupar dinheiro,
dinheiro esse que irá para o pagamento de dívidas relativas a obras que forma
feitas sem qualquer sustentabilidade e rigor.
No entanto, a
gestão de resíduos é o mais importante serviço que qualquer município pode prestar,
sendo muita vezes, e em vários municípios, o sector que mais emprego cria e com
um elevado potencial económico para o País.
Qualquer município
que não seja capaz de gerir eficazmente o seu sistema de gestão de resíduos,
também não é capaz de gerir serviços mais complexos como a saúde, educação, acção social e transportes.
É por isso
que urge investir cada vez mais neste sector com tanto potencial, e que muitas
vezes é visto como não sendo sexy. Mas sem limpeza e salubridade, todos se
cansarão de ser sexy.