quinta-feira, 28 de junho de 2012

O consumismo é a arma de destruição massiva do planeta Terra!

Terminada a Conferência Mundial sobre sustentabilidade das Nações Unidas, no Rio de Janeiro, denominada Rio+20, que decorreu entre 22 e 24 de Junho, há algumas considerações e conclusões a reter e nas quais todos devem refletir: o planeta Terra está a ver os seus recursos esgotarem-se cada vez mais, nos últimos 10 anos demos cabo de cerca de 1/3 dos recursos do nosso planeta, reduzimos em 40%  a disponibilidade de água potável e condicionamos a capacidade de renovação do ciclo da água no planeta, o nosso consumo desenfreado e forma como nós estamos a ser influenciados pela publicidade agoniante que nos entra todos os dias pelos olhos dentro, a forma como as alterações climáticas estão a influenciar em larga escala algumas das catástrofes e acontecimentos ambientais, e muito mais.
Mas o que quero hoje abordar, e de forma muito sucinta, é a forma como nos tornamos consumistas, e como tal contribui para degradar o nosso planeta, assim como condicionar a nossa felicidade.
Visualizem, por momentos, a vida de uma pessoa que quer cada vez mais e mais, mais carros, mais casas, mais gadgets, mais eletrodomésticos, mais bens desnecessários. Essa pessoa terá tendência a querer trabalhar cada vez mais e mais para obter mais bens, mas quanto mais bens obtém, mais bens quer, sendo que quando chega a casa do trabalho já não tem paciência para se envolver em atividades da sua comunidade, não tem tempo para visitar os familiares e amigos, não tem tempo para praticar desporto, etc... só tem tempo para se sentar perto da televisão, que por sua vez está repleta de anúncios que nos fazem crer que somos umas "nódoas" por não termos determinado produto, e aí nós, cansados e desgastados de trabalhar, sem vida social e comunitária, vamos querer ter este ou aquele produto para nos sobressairmos, o que leva para o ciclo de trabalhara cada vez mais e usufruir e viver cada vez menos.
Agora imaginem, por momentos, não mais que 5 minutos, o impacto que tudo isto tem no Ambiente, com as indústrias a produzirem cada vez mais bens desnecessários, a poluírem cada vez, uma vez que os processos produtivos sobreaquecidos não garantem a devida gestão do desperdício, e a extraírem cada vez mais matéria da Natureza, sim, da Natureza, porque as "coisas" são feitas de algo, e como o nosso planeta nos suporta, também é de "cá" que extraímos o que necessitamos. Tudo isto aumento ainda mais o peso do corporativismo e a sua influência sobre os governos, que perto destas mega empresas de produção em massa parecem muito pequenos e subservientes. Agora imaginem que para muitas vezes comprarmos produtos baratos, que para quem consome muito é bom, é necessário utilizar petróleo do Iraque, onde não se respeitam os direitos humanos e dos solos, efetuar a produção de componentes na China ou na África do Sul, onde se pagam salários humanamente ridículos e onde se abusa da mão-de-obra infantil, efetuar os processos de montagem no México ou no Congo, onde colocam crianças de 10 anos a trabalhar e degradam em larga escala os recursos naturais como água, solos, ar, etc. Tudo isto só para termos um produto barato, externalizando os custos de processo e os custos ambientais, dando cabo de zonas importantes no Mundo e de gente acima de tudo.
Vejam este vídeo e perceberão: http://www.youtube.com/watch?v=gLBE5QAYXp8

Enfim, em vez de nos preocuparmos com melhores índice de educação, em cuidarmos melhor das nossas crianças e idosos, em investirmos em mais atividades que promovam uma vida saudável, em serviços que visem promover uma gestão adequada dos ecossistemas e dos recursos naturais, investirmos mais na cultura, no desporto, e não só no futebol, e digo isto mesmo sendo um ferrenho aficionado, investirmos na produção de energia limpa, e acima de tudo investirmos no consumo racional, consumindo apenas o essencial e necessário. Mas melhor que tudo investir em felicidade, passando tempo com amigos, trabalhando para a comunidade e fazendo mais e melhor pelo país e mundo. A isto de dá o nome de FIB (Felicidade Interna Bruta) e não PIB (Produto Interno Bruto).

Façamos algo antes que seja tarde. É por isso que a letra desta música dos Linkin Park: "What I've done!" - http://www.youtube.com/watch?v=8sgycukafqQ - diz muito.

Como disse John F. Kennedy, acerca do PIB: "O Produto Nacional Bruto contabiliza a poluição atmosférica e a publicidade de cigarros. E as ambulâncias para remover os feridos em auto estradas. Considera as fechaduras especiais para as nossas portas e as prisões para as pessoas que as arrombam … Conta a destruição das florestas e a perda, que se espalha caoticamente, de nossas belezas naturais. Ao mesmo tempo, o PNB não leva em conta a saúde de nossas crianças, a qualidade de sua educação e a alegria de suas brincadeiras. Não inclui a beleza de nossa poesia ou a solidez de nossos casamentos, a inteligência de nossos debates públicos ou a integridade de nossos homens públicos … Mede tudo, em resumo, menos aquilo que faz com que a vida valha a pena."