sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Aproveitar águas residuais, poupar o Ambiente! O Exemplo Israelita.

Em Israel, a reutilização da água tornou-se uma política nacional em 1955, depois das suas principais fontes, o mar da Galileia e dois aquíferos subterrâneos, darem sinais de sobrecarga de exploração e saturação. Com a população a crescer, não havia água suficiente para a agricultura, por isso, uma comunidade agrícola do sul de Israel começou a utilizar águas residuais recicladas para irrigar os seus campos.
Na época, a solução para a escassez de água não foi discutida abertamente. É que a tecnologia de tratamento de água não era bem conhecida e as autoridades temiam que o público rejeitasse a ideia de utilizar água 'suja' para cultivar alimentos.
No virar do século, Israel ainda era o único país a reciclar água residual. E, hoje, quase metade da irrigação do País é proveniente de águas residuais recicladas. Aliás, Israel fez da reciclagem de água parte integrante da vida diária.

Mais de 80 por cento das águas residuais domésticas são recicladas, totalizando 400 milhões de metros cúbicos por ano, de acordo com Ministério do Ambiente de Israel. Esta proporção é quatro vezes maior do que em qualquer outro país, de acordo com a autoridade de água israelita.
As principais cidades possuem sistemas automatizados de irrigação para parques e jardins gota-a-gota, com economia de 50 a 60 por cento da água proveniente dos sistemas de tratamento de efluentes. A água chega a ser reutilizada quatro vezes em diferentes aplicações, devido a técnicas de purificação e reaproveitamento.
Como já defendi anteriormente, seria extremamente pertinente começarmos por ser mais ambiciosos a nível nacional, no que a esta questão concerne, a promoção da utilização de águas residuais tratadas.
Portugal é um país com um know-how interessante ao nível das tecnologias de tratamento de águas residuais, é um país no qual o setor primário é responsável pelo consumo de cerca de 38% do total de água captada anualmente em alta, um país no qual existem inúmeros jardins públicos, no qual existem muitos estádios de futebol e campo de golfe… Se contabilizarmos, de forma aproximada, o total de água, em percentagem da captação anual, utilizada nas atividades de rega agrícola e consumo agro-pecuário, irrigação de jardins públicos e irrigação de estádios de futebol e campos de golfe, podemos concluir, segundo dados disponibilizados pela empresa Águas de Portugal, que estes focos são responsáveis por cerca de 67% do consumo anual de água.
Num cenário de escassez, e tendo em conta a tecnologia e know-how disponíveis, torna-se fundamental copiar o exemplo Israelita e preparar todo o quadro legal e todo o plano político de apoio aos investimentos nas redes de distribuição, assim como no reforço dos investimentos no tratamento das águas residuais.
No que toca ao setor agrícola, com medidas de promoção da utilização de águas residuais tratadas poder-se-ia proporcionar uma poupança no que toca aos custos com água para rega e afins, uma vez que a água tratada tem um custo económico mais baixo que a água potável convencional.
Sendo assim, vale mesmo a pena pensar em copiar Israel. Pelo menos neste campo eles estão certos e no bom caminho. Poupam OURO AZUL, poupam o Ambiente e ainda poupam dinheiro!

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