sexta-feira, 8 de abril de 2011

A produção agrícola e o aproveitamento de terras como solução anti-crise

O abandono de terras penaliza o mundo agrícola, assim como a economia.
Portugal tem cerca de dois milhões de hectares de terra abandonada e semiabandonada.
É um recurso ao serviço do desenvolvimento do país que não está a ser aproveitado. Isto significa desperdício, um luxo a que Portugal não se pode dar.
O paradigma da globalização vai mudar, os mercados locais e regionais vão ter cada vez mais importância. Portugal precisa de refletir sobre a agricultura para poder tornar-se num espaço mais produtivo, mais competitivo e mais sustentável.
É óbvio que temos vindo a desperdiçar terra, temos vindo a desvalorizar a agricultura como fonte de sustentabilidade e de fomento económico – social, porém cabe a todos nós mudar esse paradigma, e tomar opções de aproveitamento da terra disponível, promovendo a produção agrícola.
A título de exemplo, atualmente Portugal produz apenas 11% das suas necessidades anuais de milho, 17% em relação ao trigo, que são os dois cereais mais importantes da nossa base alimentar. Isto para não falar dos produtos hortícolas, uma vez que importamos de Espanha cerca de 36,2% do nosso consumo.
Por esse país fora, muitas pessoas, e até mesmo o Estado, têm terrenos com potencial produtivo ao abandono, os quais poderiam ser rentabilizados, mais que não seja como objeto de produção de produtos que servissem de autosustento às comunidades.
Tendo em conta este cenário, é necessário incentivar a utilização dos terrenos, assim como incentivar as pequenas trocas comerciais de produtos agrícolas produzidos em parcelas de terreno relativas.
De que forma podemos promover a utilização dos terrenos e ao mesmo tempo promover a sustentabilidade da produção agrícola nos mesmos?
1)     Estimular a comercialização de terrenos, criando uma bolsa de terras e todo o enquadramento legal necessário ao seu eficaz funcionamento, na qual Estado e particulares pudessem comercializar os seus terrenos;
2)     Reduzir os custos administrativos referentes à legalização e registo de terrenos (prédios rústicos);
3)     Promover o investimento em mercados municipais e criar incentivos para pequenos produtores agrícolas, para que estes possam efetivar a comercialização local dos seus produtos, produzidos nos seus terrenos;
4)     Reduzir os custos de contexto para empresas que promovam a produção agrícola e a subsequente utilização de terrenos abandonados ou semiabandonados. 

Através de simples medidas de estímulo à produção agrícola, assim como a utilização de terrenos abandonados ou semiabandonados, poder-se-ia aproveitar um dos grandes ativos do nosso país, a terra, e contribuir para a redução da dependência externa no que concerne à compra de produtos agrícolas.

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