quinta-feira, 21 de abril de 2011

Poluição por azoto custa 320 mil milhões de euros por ano à Europa

A poluição causada pelo azoto custa a cada cidadão da União Europeia (UE) entre 150 e 750 euros por ano. Em toda a Europa, o custo anual da poluição por azoto e perda de biodiversidade cifra-se entre os 70 e os 320 mil milhões de euros.
Um estudo que reuniu 200 especialistas europeus e foi apresentado esta semana durante uma conferência em Edimburgo, na Escócia, mostra que as libertações de azoto na agricultura e durante a queima de combustíveis fósseis causam problemas de saúde e têm um grande impacto na biodiversidade. O relatório de 600 páginas reuniu especialistas de 21 países e 89 organizações.

Apesar de a União Europeia ter diminuído as emissões de azoto nas últimas décadas, o aumento na circulação de veículos e a utilização de adubos na agricultura ainda são um problema.

“Quase metade da população do mundo depende de fertilizantes sintéticos para alimentação, que são feitos a partir de azoto, mas são necessárias medidas que reduzam o impacto desta poluição”, disse, citado pela Reuters, Mark Sutton, do Centro para a Ecologia e Hidrologia do Reino Unido.
As soluções passam pelo uso mais eficiente dos fertilizantes e uma escolha por parte das pessoas para que comam menos carne.

A agricultura é responsável por 70 por cento das emissões de azoto na Europa. Mas muita da produção agrícola vai directamente para a alimentação pecuária. “Se os europeus obtivessem toda as proteínas a partir das plantas, só 30 por cento das culturas existentes hoje é que seriam precisas, o que reduziria a entrada de fertilizantes de azoto e a sua poluição em 70 por cento”, disse à revista Nature Mark Sutton, que dirigiu o relatório.

O azoto é o principal gás que compõe a atmosfera. Na sua forma pura, é inerte. Mas as formas oxidadas deste elemento são poluentes. Podem gerar ozono ao nível do solo, que é irritante, ou ajudarem à existência de poluição fotoquímica - conhecida pelo termo em inglês smog.

Os nitratos lançados na natureza a partir dos fertilizantes podem também provocar cancro do intestino. Estas substâncias são ainda responsáveis pela proliferação de algas em rios e lagos, cuja decomposição consome o oxigénio, podendo provocar a morte de peixes.
Exige-se então um novo paradigma de produção agrícola, com base biológica, assim como a redução do consumo de carnes, reduzindo dessa forma os níveis de azoto, poupando milhares de milhões de euros a todos os Europeus.
Em tempos de crise, estas questões têm de ser debatidas. São milhares de milhões de euros que estão em causa.

Sem comentários:

Enviar um comentário