quarta-feira, 6 de abril de 2011

Buraco na camada do Ozono atinge níveis recorde

Foi hoje divulgada informação referente aos últimos dados sobre a dimensão do buraco na camada do ozono, tendo-se registado um aumento médio de 40 por cento em relação á última bateria de dados.
Portugal está sob ameaça: a concentração de ozono na atmosfera registou os valores mais baixos de sempre, levando a um aumento do buraco de ozono. Observações feitas no hemisfério Norte, sobre o Árctico, por balões meteorológicos, satélites e estações no solo, dão conta de uma perda recorde na camada na ordem dos 40 por cento desde o início do último Inverno até finais de Março.
Será que ainda há alguém a duvidar que é preciso agir localmente, pensando globalmente, contra o aquecimento global?
O anterior valor mais elevado era de 30 por cento. Na origem desta redução está um Inverno rigoroso na estratosfera e a presença contínua de substâncias nocivas para o ozono.
Os especialistas temem que a massa de ar afectada possa ser deslocada, através dos ventos fortes desta altura do ano, para latitudes mais baixas, ou seja, algures a meio caminho entre o Pólo Norte (90ºN) e o Equador (0ºN). Países do Sul da Europa, como Portugal, Espanha, Itália ou Grécia, estarão mais expostos às radiações ultravioleta, que aumentam as probabilidades de contrair cancro na pele e severos problemas respiratórios.
Sem dúvida um sinal de que é preciso dar primazia a todo o tipo de políticas que ambicionem a redução da emissão de Gases de Efeito de Estufa, que visem a produção de energias renováveis como fonte limpa energética. É urgente implementar todo um sistema eficaz e robusto de controlo e mitigação de emissões, que vise incentivar as empresas e governos a utilizarem tecnologias limpas.
É claro que em tempos de crise económica, financeira e social, de incerteza forte, é extremamente complicado convencer os cidadãos acerca da importância global e local da problemática das alterações climáticas, assim como todos os efeitos nefastos adjacentes que daí advêm para a economia, acentuando os custos de recuperação da mesma.
Mas imagine-se os impactos de uma crise ambiental… Já vai tendo alguns indicadores que nos vão dando uma ideia, tal como o avanço dos oceanos, o aumento das temperaturas e os problemas para a saúde pública, agricultura, recursos hídricos e alimentação que daí resultam.
É necessário reforçar os investimentos em energias limpas – e nesta questão poder-se-ia reforçar o papel do BEI (Banco Europeu de Investimento) em todo o processo -, ser mais ambicioso nas metas de produção, e acima de tudo investir nas redes de distribuição e armazenamento, e acima de tudo criar todo um enquadramento fiscal favorável a este tipo de investimentos.
Que fique claro que existem mecanismos e ferramentas para lidar com crises financeiras, económicas e sociais, mas no que concerne a crises ambientais, os efeitos são muito mais nefastos e de carácter irreversível.

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