quarta-feira, 20 de julho de 2011

Uma questão que vale cerca de 4.000 Milhões de Euros!

Vivemos actualmente tempos de incerteza, nos quais somos confrontados com enormes desafios, que se tornaram constantes e transversais.
É sabido que nos próximos anos teremos que seguir à risca um programa de redução do défice e divida para níveis sustentáveis, de estabilização financeira e relançamento da economia nacional, porém trata-se de um programa de sacrifícios, cortes, reduções, aumentos na carga fiscal e desafectações das ajudas públicas.
No entanto convém não esquecer que alguns desses cortes e reduções referem-se às comparticipações, na parte que diz respeito ao Estado, nos programas de financiamento comunitários.
Sendo assim convém que o MAMAOT, Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, possa ser eficiente e eficaz na gestão efectiva do PRODER, fazendo os possíveis para que possa aumentar a produção nacional agrícola e florestal exportável, assim como reduzir a dependência externa em relação a determinados produtos.
Todavia temo seriamente que os cortes e reduções, impostos pelo programa da “troika”, possam comprometer a execução do PRODER, comprometendo as verbas comunitárias disponíveis, uma vez que a contrapartida estatal poderá ser objecto de redução significativa.
Vai haver um aumento da carga fiscal, sobretudo no que concerne à reestruturação dos escalões do IVA, aumentando o custo de determinados factores de produção, a par com o facto de os preços da energia estarem cada vez mais elevados, o que por si só poderá aumentar significativamente a dificuldade dos Agricultores Portugueses em produzir com rentabilidade, levando a uma redução da produção e consecutivamente a uma redução do valor das exportações e a um aumento do valor das importações, aumentando o já elevado défice agro-alimentar português.
Ao mesmo tempo, a contínua redução do poder de compra dos Portugueses, também vem prejudicar a Produção Nacional com a falta de escoamento e mais baixas dos preços à produção.
Fala-se agora muito da "Produção Agro-Alimentar Nacional" e pelo menos falar não custa. Porém, os principais governantes, enquanto falam na necessidade estratégica de aumentar a produção nacional, estão já a preparar o completo desligamento das ajudas públicas à produção, por exemplo ao Arroz e aos Frutos Secos.
O simples desligamento das ajudas públicas à produção agrícola é um forte factor para a redução da “Produção Agro-Alimentar Nacional”.
Adivinhem lá, então, qual o nosso défice agro-alimentar e onde ele pode parar se nada for feito? Esta é a questão que vale cerca de 4.000 Milhões de Euros.

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