sábado, 5 de fevereiro de 2011

Resíduos & Aquecimento Global: mais de 85% dos ecossistemas de recifes de ostras selvagens desapareceram; Alemanha recicla 70% do seu lixo, EUA 33%.

85% dos ecossistemas de recifes de ostras selvagens desapareceram.
Um estudo sobre os ecossistemas de recifes de ostras selvagens, situados em diversos pontos do Globo, concluiu que os moluscos suculentos, vulgo ostras, que povoam os recifes, estão a desaparecer rapidamente e 85% dos seus habitats desapareceram devido à poluição e às tensas condições climatéricas.
A maioria das ostras selvagens que restam no mundo, cerca de 75%, podem ser encontradas em cinco pontos da América do Norte, segundo um estudo divulgado pelo BioScience, jornal do Instituto Americano para as Ciências Biológicas.
O que isto significa? Tudo isto significa que a poluição dos oceanos, fruto das descargas de resíduos, derrames de crude e da desfiguração das estações do ano, está a causar a degradação de alguns dos ecossistemas mais ativos, como por exemplo os recifes de ostras selvagens.
Outro facto prende-se com a diminuição da população de algas, a nível mundial. As algas são elementos preponderantes na sua função de captação e absorção do dióxido de carbono colhido pelos oceanos, cumprindo de forma sublime o seu papel nesse ciclo.
Concluindo, depreende-se, então, que terá que haver mais regulamentação no que toca às explorações petrolíferas em alto mar, ao transporte de crude, assim como terá que haver controlo sobre as práticas de deposição de milhões e milhões de toneladas de resíduos em alto mar.
Enfim, terão que se regular, de forma mais eficaz, todas as práticas comerciais que põe em causa os oceanos, ou corremos o risco de os degradar de tal forma, que os mesmos não sejam capazes de cumprir a sua vil função de captação de dióxido de carbono.
Não bastassem todas as más práticas e catástrofes ambientais que puseram em causa a sanidade dos oceanos, mais recentemente assistimos àquela que é considerada por muitos como a maior catástrofe ambiental dos últimos tempos, o derrame de crude, com proporções dantescas, pela BP, no Golfo do México, pondo em causa os ecossistemas e gerações futuras do Louisiana, desequilibrando a balança ambiental.

Alemanha recicla 70% do seu lixo, EUA 33%.
A Alemanha lidera, a nível Europeu, no que toca à reciclagem e gestão de resíduos, com cerca de 70% dos resíduos gerados reconvertidos e reutilizados com sucesso, a cada ano que passa.
Só para dar uma perspetiva sobre a importância deste facto: em 2007, os EUA eram capazes de reconverter apenas cerca de 33% dos resíduos gerados anualmente.
Levar a cabo a implementação de tão bem sucedido sistema de gestão de resíduos por todo o país é certamente um grande passo, mas ao longo dos anos a Alemanha fez com isso parecesse fácil.
Então, como tornaram isso possível?
“Reciclar é muito importante na Alemanha!”, afirma Gunseli Aksoy, um estudante de Engenharia Mecânica e dirigente académico, de 24 anos, da Universidade Tecnológica de Braunschweig. “As pessoas cá são extremamente conscientes e preocupadas com as questões ambientais e de saúde pública. É raríssimo ver resíduos acumulados nas nossas ruas, e as pessoas preocupam-se com o facto de separarem devidamente os resíduos”, acrescenta. “É uma questão de educação!”, conclui.
E enquanto a estratégia de consciencialização para a importância da gestão de resíduos do país requer cooperação por parte do Governo, da indústria e dos cidadãos, tudo começa no início do processo, com a conceção e desenvolvimento dos produtos, que derivarão em resíduos.
Existem três simples fatores que os fabricantes devem considerar, e consideram: prevenção de resíduos, valorização de resíduos e a minimização do seu impacte ambiental.
Através da incorporação da prevenção de resíduos na indústria, grande parte da gestão de resíduos da Alemanha é “invisível”, ao mesmo tempo que as empresas são forçadas a repensar cada aspeto da produção. Embalagem, processos e deposição de resíduos são definidos e reinventados com a deposição, reciclagem e reutilização em mente.
 Tudo começou em 1996, quando os legisladores alemães, que estavam preocupados com o crescimento do número de lixeiras e aterros, e com a sua saturação, aprovaram a Lei do Ciclo Fechado da Utilização de Produtos e Substâncias e Gestão de Resíduos, a qual exige às empresas que mitiguem a produção de resíduos através da implementação de uma ou mais que as três estratégias de gestão de resíduos - prevenção de resíduos, valorização de resíduos e a minimização do seu impacte ambiental.
A prevenção de resíduos é a primeira prioridade porque encoraja as empresas a tomarem medidas no que toca à readaptação dos seus processos de fabrico e embalagem, com a eliminação dos desperdícios em mente.
Em suma, com a mentalidade certa, a legislação adequada, com um sistema punitivo assertivo e acima de tudo com uma educação relevante a nível ambiental, que prima pelo exemplo e pelo estímulo às boas práticas, penso que Portugal poderá replicar o sucesso alemão, uma vez que os nossos aterros e lixeiras estão a 91% da sua lotação e cada vez se tenta criar mais. É tudo uma questão de consciencialização.

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