sábado, 5 de maio de 2012

A problemática do desmazelo na gestão de resíduos em pelo séc. XXI

A gestão de resíduos assume-se cada vez mais como um dos pilares das políticas ambientais, e como foco da sua conceção.
É cada vez mais notória a preocupação da população em fazer mais e melhor neste campo, em contribuir para a sustentabilidade da sua terra, da sua região e do seu país. Não obstante, ainda existem casos de desmazelo, casos graves que revelam falta de cuidado e consciência, reveladores de um desrespeito tal pela Natureza e pela população, que nem o argumento economicista justifica tais atos.
A nível nacional têm-se verificado cada vez mais casos de deposições irregulares e preocupantes de resíduos, a céu aberto, sem qualquer pudor e preocupação com os solos, com as águas subterrâneas e com a saúde das populações.
Concretamente falando, no distrito de Aveiro, tem-se assistido, ultimamente, a um sem número de situações graves e que decorrem com a conivência e consentimento das instituições responsáveis pela defesa e gestão dos bens públicos.
A saber-se, mais recentemente, em duas freguesias do concelho de Vagos, mais propriamente em Santo António e em Soza, foram desvendadas lixeiras e aterros a céu aberto, que continham e contêm um pouco de tudo, desde eletrodomésticos, roupas, lixos domésticos entulho, pneus usados e velhos, plásticos, ou restos verdes depositados, tendo mesmo havido à conta disso um foco de incêndio. Mas e o que não está à vista, por estar soterrado pelas Juntas?
Mais grave ainda é a possibilidade de numa destas lixeiras, que a Junta de Freguesia gere como um aterro sanitário, ter havido um apoio financeiro do próprio município. Como todos os custos inerentes a uma correta gestão e eliminação de resíduos perigosos, não será difícil de pensar que no meio de tudo o que ali é depositado existam também substâncias contaminantes, muito perigosas para o ambiente, mas também para a saúde das populações, pois as lixeiras estão perto de habitações e podem contaminar as águas subterrâneas. Há quem morra por esse Mundo fora devido ao consumo de água contaminada por poluentes.
Pude acompanhar este caso, que me foi reportado pela Quercus e por elementos do Limpar Portugal, tendo envolvido elementos da CCDR, para que possam aferir as melhores soluções para os casos em questão.
Infelizmente é o que temos, e tenho já um longo histórico de resolução, ou tentativa de resolver, casos deste género. Até na minha terra, Arouca, já se resolveram alguns deste género, com a colaboração do SEPNA - Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente da GNR, assim como com entidades competentes.
No caso de Vagos, o mais estranho é existir um Vereador que sabia de tudo isto e sempre se calou, não alertou qualquer entidade competente e não desencadeou nenhuma diligência. Talvez por inércia ou por economicismo?
Não me compete a mim censurar! A mim compete-me, enquanto cidadão, neste caso cidadão ativo em questões ambientais, procurar contribuir com soluções, mas chamando sempre a atenção de quem se desleixa e prevarica.
Gerir resíduos não é uma brincadeira, por as consequências de uma má gestão afetam-nos a todos.

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