quinta-feira, 10 de março de 2011

Apostar na Ecoagricultura para duplicar a produção agrícola

Os agricultores dos países em desenvolvimento poderão duplicar a produção alimentar no espaço de uma década se abandonarem os pesticidas e fertilizantes químicos e passarem para a agricultura ecológica, defende um relatório da ONU.
Plantas que capturam insectos no Quénia e patos que comem as ervas daninhas nos campos de arroz do Bangladesh são alguns dos exemplos do que pode ser feito para aumentar a produção alimentar num planeta que, em 2050, poderá chegar aos nove mil milhões de habitantes.

A Agricultura está numa encruzilhada, é urgente mudar o paradigma da produção sustentável. Por um lado, os preços dos alimentos estão a aumentar e, por outro, o modelo agrícola industrial está dependente dos custos do petróleo. A “agroecologia” poderá tornar as explorações mais resistentes aos fenómenos climáticos extremos, como inundações e secas.
Até ao momento, os projectos de “ecoagricultura” em 57 países mostraram ganhos médios de 80 por cento. Projectos recentes em 20 países africanos resultaram numa duplicação das colheitas no espaço de três a dez anos.

Entre os vários exemplos, centenas de agricultores quenianos estão a plantar uma espécie vegetal que repele insectos nos campos de milho e a plantar outra espécie que consegue capturar aqueles animais que prejudicam as culturas.
Estas lições poderão ser aplicadas um pouco por todo o lado. Uma agricultura ecológica forte pode aumentar significativamente a produção e, a longo prazo, ser mais eficaz do que a agricultura convencional. Os benéficos seriam maiores em regiões sem grande aposta na agricultura, especialmente na África Subsaariana. Existem também um número de experiências promissoras em várias regiões da América Latina e da Ásia.
O custo da produção de alimentos tem seguido de perto o custo do petróleo.
Por tudo isto é muito importante que se fomente a produção agrícola independente de químicos, de carácter localizado e a um nível menos industrializado e mais abrangente. Só assim conseguiremos aumentar a produção de uma forma sustentada, promovendo a independência alimentar da população. Se sou um adepto de que cada um deve ser agricultor, ter um terreno e cultivar alimentos? Sou, e incito quem tiver disponibilidade de terra a enveredar por esse caminho. Quem sabe se não se geram micro negócios? …
Mas acima de tudo o que importa é a independência alimentar por via da rentabilização da produção agrícola, através da “ecoagricultura”, em parte independente em relação à escalada de preços nos mercados internacionais.

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